DIA DE SOL
os nervos compridos que estalam-me
do corpo atiro
pela porta na rua.
os nervos rasgados
eu grito com um rombo enorme
na garganta minha cabeça cresce & quebra
os móveis da sala
quebra as portas & os objetos
na calçada eu apavoro
as pessoas com um grito rouco,
arremesso as pernas
sobre construções e fantasmas de concreto,
sou uma miragem,
vocês me comovem putas elegantes
troco um olho pelo sol
agora as veias se abrem
& o meu sangue corre solto
pela calçada eu me inundo & vomito
todos os orgãos para comê-los com um bocado de terra
com o meu tórax aberto embaixo de máquinas
negras móveis vocês fazem uma festa
(do livro AMERICANTO AMAR AMÉRICA,
de Juareiz Correya
- Nordestal Editora, Recife, 1982)
______________________________________________
Transcrito do livro AMERICANTO AMAR AMÉRICA
E OUTROS POEMAS DO SÉCULO 20
- de Juareiz Correya -
Panamérica Nordestal Editora, Recife, 2010.
Comentários
Postar um comentário