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Mostrando postagens de novembro, 2010

SEM AMANHECER

amanhece. mas eu sinto que não amanheço. sombras amadurecem em meu rosto e um cansaço eterno mora neste corpo que eu pensei guardar revivido para hoje. amanhece agora - a cidade está pronta para o dia que nasce limpa e clara se instala a manhã no coração dos homens que despertam, sem sombras no rosto e sem cansaço, renascidos também. amanhece. só eu não vejo a luz e os caminhos. (do livro AMERICANTO AMAR AMÉRICA, de Juareiz Correya - Nordestal Editora, Recife, 1982) _______________________________________ Transcrito do livro AMERICANTO AMAR AMÉRICA E OUTROS POEMAS DO SÉCULO 20, de Juareiz Correya - Panamérica Nordestal Editora, Recife, 2010

FLOR QUE NÃO SE CHEIRA

sou flor que não se cheira, tenho é veneno eu mato e tiro o couro, depois condeno. sou bicho doutro mundo, vivo em tocaia espero todo dia que a casa caia. mas tem hora que sinto e me conheço direto e certo, compasso e prumo sem saber porque me orientando feito universo de todo rumo e saio de mim e me entrego tanto vendaval no coração da cidade cada vez mais nu e louco e santo só minha paixão por tudo arde e sinto e sou e saio e salto cada vez mais alto e largo e fundo navego meu rio, capricho meu barro voando meu fogo purifico o mundo (do livro AMERICANTO AMAR AMÉRICA, de Juareiz Correya - Nordestal Editora, Recife, PE, 1982) ______________________________________________ Transcrito do livro AMERICANTO AMAR AMÉRICA E OUTROS POEMAS DO SÉCULO 20, de Juareiz Correya - Panamérica Nordestal Editrora,Recife, PE, 2010.