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Mostrando postagens de janeiro, 2011

Sem Título ("a mulher agora é terrível")

a mulher agora é terrível é terrível e esta palavra é pouca, eu não sei como abarcar a grandeza da miséria a que ela nos condena. e antes, e cedo mesmo quando esteve comigo companheira e amiga sua dor e sua solidão me cativaram pelos dias em que historiamos a nossa sorte vagos e plenos, em nós o universo. eu quis lhe dar e lhe dei os meus alvoroços e a minha calma e o gosto que eu sempre tive de me dizer seu. ela me acolheu e me disse generosa que me recebia e me queria com a certeza de quem ia me receber e me querer muito mais. agora, o tempo não é de alegria nem festa alguma existe em nossa volta ou nos encontros que forçam os nossos passos. existe em mim uma dor e uma solidão que eu nunca tive e a desgraça de vê-la terrível como eu nunca vi. (do livro AMERICANTO AMAR AMÉRICA, de Juareiz Correya - Nordestal Editora, Recife, 1982) ___________________________________________ Transcrito do livro AMERICANTO AMAR AMÉRICA E OUTROS POEMA

(SEM TÍTULO, 2) "dói em mim uma dor danada..."

______________________ dói em mim uma dor danada que eu não quero ter e que não recuso. um gesto que eu não conheço me condena, a voz transborda iras e terrores. a mulher que eu amei é logo desamada num abandono cego e pessimista. amanhã eu não sei o que dizer do amor para que não seja apenas uma palavra. meus sentimentos se perdem e se confundem e eu me esqueço de mim, falho nos sonhos erro nas esperanças passo batido e retardatário no ciclo dos dias, me sinto sem forças para conduzir meu próprio fardo. que olhos brilharei para a mulher que amo quando ela aparecer cansada e triste ? dói em mim uma dor danada que eu não quero ter por que repartir com essa companheira sofrida em meus caminhos inútil e vaga em sua sorte que eu não quero ter e que não recuso. (do livro AMERICANTO AMAR AMÉRICA, de Juareiz Correya - Nordestal Editora, Recife, PE, 1982) ________________________________________ Transcrito do livro AMERICANTO AMAR AMÉRICA E OUTROS PO

(SEM TÍTULO)

___________________________ estou triste porque não disse do amor alegres palavras que alvoroçassem teu sangue e te perdessem em nosso encontro. estou triste e inútil, cansado pelas ruas e becos e praças e grotas e grutas deste lugar que enfeitei contigo para te inaugurar e te fazer morada. é uma tristeza sem álcool nos olhos e sem olheiras, sem amargor e sem derrota tristeza triste contra a alegria de te ver. serena em mim um rebanho de temores pastando nesta noite de distâncias. ninguém nos vê,nem sabe do nosso desamparo e do carinho que não tratamos quando estivemos juntos. ninguém vê que não nos vemos e que não sabemos de nada do que dissemos e que não fazemos o que queremos. esta tristeza cresce e me espanta se estendendo sobre pontes e rios como se pudesse te encontrar e, onde estás, enterrar teu rosto em sombras e teu coração em apertos (do livro AMERICANTO AMAR AMÉRICA, de Juareiz Correya, Nordestal Editora, Recife, 1982) ____________