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Mostrando postagens de setembro, 2010

CANÇÃO DE MIM EM TUA BOCA

desfolho a glande ao vento para o teu sustento prepucio nervos pulsantes, teu hálito sopra em meu sexo aragens cardíacas, batem neste músculo mágica oferta teus olhos acendem a escuridão do quarto com os mesmos faróis apagadores de sóis marítimos chão liso piso palha colchas mata praia água-rio aguamar reviramos as horas revezamos faunas floras e a história de se dar. tua boca se debruça em mim feita céu movente cobre meu corpo sem palavras estelares consteladas para animar meus movimentos terrenos : apenas cios cios tua voz teleguia carícias me banha sons roucos poucos esparsados, é intensa a tua fome. alimento, o vigor que me nasce vem de ti e eu dedico emoções ao teu sorriso tenso de dentes e línguas expostos luminoso de sede eu te ergo em obelisco minha carne germinada se elaborando do âmago de fundos poços. tua boca presa em mim lambe espadas do púbis derrama as serpentes da tua língua hábil no monumento que te ebria e eleva as tuas forças pa

OUTRO POEMA DE CIRCUNSTÂNCIA

meus pulmões transbordam-me pela boca de granito automóveis & metálicos minotauros vagos como balões de espuma na Praça da República gritos & estupros entram pelos meus ouvidos & a orquestra é uma tarde fixa quente, quente, mais quente e atordoante que o teu orgasmo. parar, parar assim como um idiota parado entre tantos animais feridos que correm para me pisar com os seus cascos de nailon, parar estupidamente & expor-me as vísceras para que os pássaros condenados cantem berros de vitórias nos seus carnavais criminosos ? parar assim como uma pedra uma bala uma vítima ? parar assim como quem perde as pernas durante o vôo & estender a cara sobre a cidade & estender langores & delírios para as tuas correrias, para os teus sentimentos automáticos & cronometrados, para as tuas sensações censuradas & computadas, & ser um pouco matéria lubrificante óleo para os corações dos robôs nas peças dos homens ? eu quero beijar o sexo

ATO

no meio da cama me ergo & Sônia se ergue me acompanha com as mãos os dedos crispados as pernas tesas Sônia se deita se espicha se solta nos lençóis mal lavados da cama do hotel fico imóvel sentado sobre as minhas pernas & o pé esquerdo de Sônia procura-me o pênis semiduro eu rio & Sonia enfia o pé esquerdo na minha barriga deitando-se deitada Sônia cresce cresce tem um púbis gigante & as coxas volumosas como dois pilares eu me jogo para as pernas de Sônia duas montanhas lisas & alcanço o rosto de Sônia que se abre Sônia cabe dentro de mim cabe em todas as minhas partes & agora eu cresço a pele inchada músculos veias os membros inchados (do livreto O AMOR É UMA CANÇÃO PROIBIDA, Juareiz Correya - Edições Pirata, Recife, 1979) ________________________________________ Transcrito do livro AMERICANTO AMAR AMÉRICA E OUTROS POEMAS DO SÉCULO 20, Juareiz Correya - Panamérica Nordestal Editora, Recife, 2010)