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Mostrando postagens de fevereiro, 2010

FLASHEGRAFIA

eu sou tantas vezes uma façanha inédita mas a rua é pouca para o meu corpo a rua a rua é pouca eu vibro e os cordões que me ligam nos ossos têm mil bombardeios-ziguezague como todos os carnavais são tão fracos para que eu estire a pele entregue a pele às carícias do vento e montes de sol meu corpo meu corpocolorido meu cor po colori do meu korpu kolorydo meu corpo colorido se adianta para que ninguém adormeça e anjos e demônios dancem nus e conheçam-se os sexos para você eu me dou e me amplio inteiramente quero expor entre os dedos teus desejos quero os meus sentidos crus comidos pelo teu sorriso esporrado eu me dou e me amplio assim e as ruas são curtas para o meu corpo colorido luzverberando luzes e uma multidão de batuques meus olhos acesos faróis gigantes espalham flores vermelhas nas calçadas nas portas e espalham flores maiores que as casas flores vermelhas meus olhos acesos faróis gigantes nem a avenida larga como o dorso de uma montanha nem a avenida

PARAFRASE A MAIAKOVSKI

"sou todo coração" (MAIAKOVSKI) nos demais - isto se sabe naturalmente e mesmo com certa vulgaridade - o sexo está plantado (entre as pernas) num altar sob o ventre. em mim a anatomia bemlouqueceu : sou todo sexo _______________________ (do folheto UM DOIDO E A MALDIÇÃO DA LUCIDEZ, de Juareiz Correya, edição do autor, Palmares, PE, 1975)

HISTÓRIA NATURAL DO NOJO

abro a cara : o mundo me oferece homens e mulheres que esqueceram de ser parceiros e são pariceiros no amor. (do folheto UM DOIDO E A MALDIÇÃO DA LUCIDEZ, de Juareiz Correya, edição do autor, Palmares, 1975)