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Mostrando postagens de novembro, 2009

CANTIGA AO REDOR DO TEU SEIO

teu seio cheio assim tocá-lo nuvem de dedos a anestesiá-lo teu seio rubro hábil, manoplá-lo : ânsias de gestos a amamentá-lo teu seio amplo em dádiva têlo - cálice do corpo - na boca inteiro teu seio doce - erógeno fruto - pulsátil, bebê-lo com milhões de zelo ____________________ (do livreto AMERICANTO AMAR AMÉRICA & OUTROS POEMAS, Nordestal Editora, Recife, 1975)
_____________________________________ meus músculos se cobrem tensos & frouxos eu quero um corpo sem nome ao meu alcance & um púbis liso no meu rosto as pernas firmes no solo aquático vocês estão dentro de mim & entram ainda por todos os meus poros mulheres coloridas onde eu posso vibrar o chão se abre & vocês me absorvem & os meus músculos partidos estalam no ar tuas pernas morenas Hilda como folhas pelas minhas mãos chega o teu sexo o sexo daquela mulher que tem voz para cama Florinda Branca Hilda Marisa com as pernas frágeis abertas sobre os meus ombros os peitos pequenos & tesos da menina do trem pelas minhas mãos vocês me invadem & estragam o meu sexo como fruto _____________________________ (do livreto AMERICANTO AMAR AMÉRICA & OUTROS POEMAS, Nordestal Editora, Recife, 1975)

ORAÇÃO DE NARCISO

& se lambeu as mãos se bebeu nos braços se amassou no tórax se fundiu no ventre se partiu carícias se sorveu sussuro se escondeu escama do corpo dentro de si. & se ergueu do chão se apartou dos laços se estendeu, um touro se abriu em dentes se sortiu de notícias da carne urrando urros do corpo cheio de si. & se escorreu então se acendeu mormaço se apossou no clímax se partiu demente se somou lascívias do amor que ateia chamas do corpo mesmo por si. ________________________ (do livreto AMERICANTO AMAR AMÉRICA & OUTROS POEMAS, Nordestal Editora, Recife, 1975)

AMERICANTO AMAR AMÉRICA (9)

América América doce América árvores & bichos pregados nos meus cabelos como poros sexuais multiplicam-se eu sou tua alegria teu corpo teu deus & tu me amas orgasmos de esperanças luzes tontas na íntima Amazônia como os trovões da minha voz & os ardentes sonhos paradisíacos & teu cansaço febril na minha boca América América doce América (São Paulo, 1972) ________________________________ Publicado no livreto AMERICANTO AMAR AMÉRICA, Nordestal Editora, Recife, 1975.

AMERICANTO AMAR AMÉRICA (8)

América América doce América meu corpo te pertence flamejante e puro nas tuas entranhas me divido pasto para as tuas carnes vermelhas minhas carícias são mágicos jardins edênicos & brasílica brisa incendiada teu ventre se abre chão partido & me engole assim com a cólera de séculos paulicéias suicidam-se angustiadas nos escritórios & nas ruas com as cordas dos próprios músculos antes do carnaval & vítimas habituais ferem as suas dores no mesmo lugar agreste de águas