Postagens

Mostrando postagens de março, 2012

PATERNIDADE

para José Terra, João Guarani e Mariama. nada sou, nem tenho, nem serei jamais. e vocês herdarão de mim apenas o que escrevo. é muito pouco. toda uma vida por isso vale a pena? espero que as suas almas não sejam pequenas. o que fiz a mais foi chamá-los para este mundo, ao lado da companheira e mãe que em mim acreditou e que revelou comigo os seus nomes. o que escrevo é o que vivo. estou nas palavras e nos livros, nas ruas dos meus passos, nos ventos dos meus caminhos, nas terras das minhas fantasias e nos céus eternos das cidades. gosto de mim, me amo inteiramente, e tenho, por vocês, pela mulher que é minha verdadeira companheira, pela minha pequeníssima vida, um imenso orgulho de mim. é só o que posso lhes dizer ? sim. - amem, amem-se, amem para sempre o amor. (Da antologia POETAS DOS PALMARES, organizada por Juareiz Correya - 2a. edição, Palmares / Recife, 1987) _________________________________________________ Transcrito do livro AMERICANTO AMAR

REVISÃO DE HERMILO (*)

Os caminhos da solidão pelo sol das almas iluminados se estendem, começo do sem fim à margem das lembranças onde o Cavalheiro da Segunda Decadência passeia. E sem medo ele abre - boca do céu, fundo do inferno - a porteira do mundo para as alegrias e tristezas e assombros d' o cavalo da noite na mata dos homens. Grave, solene e miserável um deus no pasto se envenena azul. Na hora certa, na hora- Agá a vida é esta nudez. O general está pintando sete dias a cavalo . E agora vejam as meninas do sobrado por onde somos, além & aquém do Una gloriosos e derrotados os ambulantes de Deus. ____________________________________________ (*)Poema-colagem, onde se destacam, em negrito, títulos dos livros de ficção publicados por Hermilo Borba Filho. (Da antologia POETAS DOS PALMARES, 2a. edição, organizada por Juareiz Correya, publicação da Fundarpe/Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes/ Fundação Casa da Cultua Hermilo Borba Filho, Recife/Palma