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Mostrando postagens de março, 2011

OS HOMENS, PEQUENOS POETAS

Não leio os que se dizem grandes poetas. Eles arvoram-se e edificam-se em suas moradas de sombras e vocabulares constelações. Criam distâncias intangíveis e com apodrecido sangue zumbi amortecem e anulam a emoção enfiam no rabo os instintos castram todos os sentidos e envilecem os sentimentos. Sim : mentem e bordam fedem e pintam. Do mundo onde estão (que felizmente não é o nosso, habitado apenas por um ou outro poeta sem tamanho) fingem que a humanidade existe e cagam para ela somente obras-primas. Deuses feios e famintos, eles masturbam-se em sua própria glória e negam a vida tantas vezes quanto for preciso para que ninguém entre no Reino-dos-Seus. Nunca viram o Inferno onde nós vivemos, nem lavaram a mão com a nossa lama. E nunca morreram, como tantas vezes renascemos. Um dia eles neutronizarão a terra inteira. E, com a sua palavra cretina e luminosa, num parto asséptico e sem dor, inventarão os homens. (do livro AMERICANTO AMAR