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Mostrando postagens de abril, 2012

PALMARES

à vida de Givanilton Mendes. A cidade tem uma vontade asfixiante que assoma inteira e exerce o seu domínio sobre todos, vítimas vencidas. É negra e rija, de músculos tentaculares e uma história de desprezo sobre os homens arrotada por mil cantos. Corre sangue sempre verde em seus lugares - um rio que não aplaca a sede, não alimenta e nem apodrece. Um rio desgovernado, de rumos sabidos, sempre voragem, vertiginosa viagem. Águas mortas sem margem de negruras profundas que vêm de longe fecundam registros e lendas fantasiando trombetas pauis pirangis abreus... Há muitos ébrios perdidos pelas ruas silenciosas e tristes invertidos com a bebedeira de tardes noites. Rebeliões sufocadas, revelações castradas e reencarnações multiplicadas na indigência e em cada dor. Deuses malditos perambulam, ambulantes, em seu mercado público de sortes e desgraças. E todos os dias são sempre indiferentes : tanto faz a vida, tanto faz a morte. (Da antologia POETAS DOS