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Mostrando postagens de dezembro, 2011

DISCURSO POÉTICO

"todo poeta é um subversivo" (Juareiz Correya) subverto as manhãs com esta violência de tardes e noites inconsequentes escangalhando o dia sem contar as horas faço o tempo pelos ponteiros que perdi e instituo o levante da minha decadência não troco a língua nem vendo o nome decretando entregas e condenando recusas estandarte de ilusões rasgadas não canto hinos com estribilhos de amor por viver inseguro do tamanho de uma pátria eu me limito à nação que me chamo e a cada instante república nova proclamo contra o império da dor e do abandono anistio vencedores elejo quem se derrota livro prisões dos horrores dos homens marcha nas ruas o exército da minha desordem e eu abro portas com as mãos do regresso (Do livro AMERICANTO AMAR AMÉRICA - Nordestal Editora, Recife, PE, 1982) ___________________________________________ Transcrito do livro AMERICANTO AMAR AMÉRICA E OUTROS POEMAS DO SÉCULO 20, de Juareiz Correya - Panamérica Nordestal

POEMA DE CIRCUNSTÂNCIA

não tenho tempo de escrever este poema sábado roto, embora cheio de sol, esta cidade puta não oferece perspectivas para que eu ame uma mulher de verdade a qualquer hora este poema tem o suicídio de um general & guerra religiosa nas ruas de Belfast por que vocês não matam logo o presidente dos Estados Unidos ? & uma avalanche assassina com 60 mortos a domicílio este poema sem tempo parido nos meus & nos teus hábitos cobrados à força no pedágio tem desastres mirabolantes tão simples & o cheiro de peixes fritos & disparadas músicas no teu quarto, burguesinha. VIA TELEX ESCREVO ESTE POEMA NÃO HÁ MAIS TEMPO DE ESCREVER ESTE POEMA MAS EU NÃO POSSO ESQUECER QUE MILHARES DE PESSOAS ESTÃO MORRENDO AGORA QUE A SOLIDÃO COME OS HOMENS EM PRATOS SUJOS E SABOREIA AS SUAS DORES COM UISQUE SAFADO QUE O AMOR EH UMA BOSTA DE PECADO EM TODAS AS CABEÇAS QUE NÃO HÁ HOMENS E MULHERES SE AMANDO NAS PRAÇAS NOS ÔNIBUS NOS TRENS ELÉTRICOS NAS CALÇADAS DO