"AMERICANTO AMAR AMÉRICA" : UM POEMA COMPLETA 50 ANOS ! (Segunda Edição)

 



AMERICANTO AMAR AMÉRICA 

(Capa)  

- Nordestal Editora, Recife - PE, 1982   


          Distribuí o livreto em várias livrarias do Recife que eu já conhecia desde a venda de alguns exemplares da antologia Poetas de Palmares. E de mão em mão, nas visitas e vendas que eu fazia a colégios e faculdades recifenses, olindenses e da Mata Sul. Era um tempo de convivência cultural e boemia no mundo da Livro 7, pela festa dos dias do "Casarão 7", o bar de Mestre Cícero, pai de Tarcísio Pereira, tomando conta da Rua 7 de Setembro, do bairro da Boa Vista, do Centro do Recife. E da minha amizade com Marconi Notaro, Marciano Lírio, Lea Tereza Lopes, Luiza Russo, Paulo Bruscky, Daniel Santiago, Montez Magno, Sílvio Malinconico, Jairo Arcoverde, Demócrito Borges... e outros escritores e artistas plásticos do Recife e Olinda. 

          Contei também com o incentivo fraterno do grupo de jovens escritores pernambucanos que lançou, no Recife, em 1979, sob a liderança de Jaci Bezerra e Alberto Cunha Melo, a EDIÇÕES PIRATA.   

           Participei diretamente, no Recife, dos lançamentos coletivos promovidos pela EDIÇÕES PIRATA.  Com a Nordestal Editora assumi uma "parceria solidária", participando desses lançamentos com as edições mensais da Revista POESIA, criada em 1980.  Poucos sabem disto : o poeta Jaci Bezerra, entao chefe-de-gabinete de Fernando Freyre, presidente da Fundação Joaquim Nabuco, fez a montagem da capa do Número 1 da Revista POESIA  (Abril, 1980) e facilitou, pessoalmente, o crédito da nossa negociação com a gráfica da Editora Massangana / Fundação Joaquim Nabuco, para a composição, arte, impressão e acabamento dos 10 números dessa publicação (de abril 1980 a maio 1983). 

          No segundo semestre de 1982, a Nordestal Editora lançou, na livraria Livro 7, do Recife, a segunda ediçao do poema-título no livro Americanto Amar América, um volume de 80 páginas, formato 14 x 21 cm., tiragem de 1.000 exemplares, impressão em off-set e acabamento da gráfica da Editora Massangana / Fundação Joaquim Nabuco.  O livro registra estes dados técnicos : Capa de Sílvio Malinconico; Fotografia (capa e contracapa) de Sílvia Helena Levy; Composição em forma composer de Maria do Carmo Oliveira; Arte-final de Jerônimo Netto; Supervisao gráfica de Ednaldo Gomes de Melo, Amarino Martins, Arnaldo Tobias, Sílvio Bentzen; Posfácio de Jaci Bezerra.   

           O livro apresenta os 10 poemas do meu folheto de "literatura em cordel" Um doido e a maldição da lucidez (1976), o AMERICANTO e os outros 7 poemas do livreto Americanto Amar América & Outros Poemas (1975), e uma sequência de  "Outros Poemas" inéditos em livro : um total de 33 poemas - a partir de "Dia de Sol", página 38, até "Discurso Poético", página 74. Nas orelhas do livro, opiniões, sobre o autor, de Hermilo Borba Filho, Mauro Mota, Paulo Azevedo Chaves, Geneton Moraes Neto e Pelópidas Soares. E, nas páginas finais do volume, o posfácio "Retrato 3 x 4 de Juhareiz Correya", de Jaci Bezerra.  O poeta e editor inicia o posfácio com estas palavras :   

          "O poeta Juhareiz Correya nunca aceitou, em nenhuma circunstância, as roupas bem talhadas dos figurinos tradicionais.  Esta afirmação, produto de uma amizade exercitada ao longo de anos inquietos e sofridos, é plenamente endossada pelo escritor Marcus Santanetti, que fez a apresentação do seu primeiro livro e conviveu com o poeta na epoca em que ele, saturado de Palmares e Recife, exilou-se voluntariamente em São Paulo. 

          (...) Juhareiz Correya , dizia eu, é uma pessoa feita de excessos. Mas não dos excessos que ofendem as pessoas e minimizam a vida. Ao contrário, ele parece-me excessivo, despudoradmente excessivo nos seus gestos e atitudes, porque ama despudoradamente a vida. E esse amor e despudor que, por vezes, parecem ofender, não importam as razões alegadas, o senso de decência das pessoas, consequências de uma liberdade rara, arduamente conquistada e facilmente constatável, é o que torna orgânica e incendiariamente viva a sua poesia." 

          E Jaci Bezerra encerra deste modo o seu posfácio: 

          "Este livro de Juhareiz Correya... sendo, no seu conjunto, o discurso de parte de uma vida, a sua, pode ser encarado, por outro lado, como representativo de uma fase agressivamente renovadora da poesia brasileira atual : exatamente a que vem sendo imposta pelos movimentos alternativos. 

          (...) E um exemplo, entre muitos, é constituído por este livro. Discursivo, às vezes, mas sobretudo, e acima de tudo, a criação de um poeta que é verdadeiramente poeta. Nele, devo confessar que me vejo, e nele vejo uma força vital, que cresce, que sobe e avança, e que se colocando ao largo das tristes mesquinhezas humanas, continuará batendo e pulsando no coraçao do homem, esse barro frágil que respira e anda." 

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JUAREIZ CORREYA 

(Recife - PE, dezembro de 2022)



          



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