O QUE É MEU (Paráfrase a Jorge Luís Borges)
"Amamos o que não conhecemos,
o já perdido."
(Jorge Luís Borges)
Amo só o que conheço, nada é perdido.
O bairro onde vivo e seus arredores.
Os homens de hoje, mesmo os que decepcionam,
sem mito e esplendor,
humanamente humanos.
As obras definidas que acabo de ler.
A leitura, não a saudade, da poesia do mundo.
O Ocidente e o Oriente que, na verdade,
existem sob o sol para todos.
Os mais velhos, com quem converso
as horas de suas saudades.
As múltiplas formas da memória,
que não se faz do esquecido.
A língua que falo e as leituras que decifro.
Todos os versos de que me lembro, mesmo por hábito.
Os amigos que não faltam, porque nunca morrem.
A ilimitada eternidade da Arte.
A mulher que está ao meu lado,
companheira indivisível.
Até mesmo o que não sei, como o xadrez e a álgebra.
(Do livreto AMÉRICA INDIGNADA
Y POEMAS DA ALEGRIA DA VIDA
- Panamerica Produções / Nordestal Editora,
São Paulo / Recife, 1991)
________________________________________________
Transcrito do livro AMERICANTO AMAR AMÉRICA
E OUTROS POEMAS DO SÉCULO 20, de Juareiz Correya
- Panamerica Nordestal Editora, Recife, PE, 2010
Comentários
Postar um comentário