AMERICANTO AMAR AMÉRICA : Opinião de Eduardo de Lucena








     O poema Americanto Amar América contém besouros insondáveis.  E salsugem de mangues.
"E eu me desespero  poeta errante e louco / sambando e cantando loas africanas (...) / América América / teus gritos metem jovens nos meus ouvidos..."  Isso é um orgasmo dentro de um orgástico, estranho, triunfal poema.  Este poema é uma porrada, navajo, tupí, tupamaro, jogando bombas e lama sobre os próceres (eles merecem o termo) que sempre vestem linho e branco, para melhor a lama escorrer. E assim mesmo com "choros de crianças guitarras, ventres duros de fome  - e com isso tudo mesmo é que a América é "mulher de carnes cruas pregadas no meu peito / como colunas de ventos colossais..."  América que tem cheiro de limão, devastação, pilhagens, porres de cocaína, rolos de maconha, e esse sangue americano resumindo tudo, como um desespero que não se consome, nem se consuma : fruto a exigir a sua redenção.      

(Recife, 1982) 




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Transcrito do livro AMERICANTO AMAR AMÉRICA
E OUTROS POEMAS DO SÉCULO 20, 
de Juareiz Correya  
(Panamerica Nordestal Editora, Recife, PE, 2010)  





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